Mundo
Guerra na Ucrânia
Líderes europeus sublinham que ucranianos devem ter o poder de decidir o futuro
A União Europeia apoiou a iniciativa do presidente norte-americano de discutir com o homólogo russo uma solução para o conflito na Ucrânia, mas insistem na necessidade de os ucranianos poderem decidir o futuro, uma “paz justa e duradoura” que exclua “alterações de fronteira pela força”. Uma posição assumida pelos europeus, com exceção da Hungria.
A declaração conjunta surge depois de uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da União Europeia, numa iniciativa promovida pela representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, quatro dias antes da cimeira que deverá juntar Donald Trump e Vladimir Putin.
A Hungria, como em anteriores posições da UE sobre o conflito na Ucrânia, não se associou à declaração conjunta.
"Alcançar uma paz e segurança justas e duradouras" para Kiev "deve respeitar o direito internacional, incluindo os princípios da independência, soberania, integridade territorial e a proibição de alterações das fronteiras internacionais pela força", acrescentam.
O presidente ucraniano e dirigentes europeus devem encontrar-se com Donald Trump na quarta-feira. O chanceler alemão, Friedrich Merz, convidou na segunda-feira os Presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, o secretário-geral da NATO e vários líderes europeus para a reunião virtual, dois dias antes da cimeira Trump-Putin. Ursula von der Leyen já confirmou que participará, bem como o presidente do Conselho Europeu, António Costa.Os países europeus tentam exercer alguma influência
sobre a cimeira de sexta-feira, da qual foram arredados. Ainda não é
perfeitamente claro se a Ucrânia irá participar ou não.
Os países europeus têm multiplicado as iniciativas diplomáticas com o intuito de criarem uma posição comum de força, dada a implicação mais vasta para a “segurança europeia e internacional”, conforme reiterado na declaração conjunta. “Uma solução diplomática deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa", frisam.
Manifestaram ainda a intenção de, em coordenação com os Estados Unidos e outros parceiros, continuarem a prestar à Ucrânia apoio político, financeiro, económico, humanitário, militar e diplomático, no direito de Kiev à autodefesa e prometeram continuar a impor medidas restritivas contra a Rússia.
Trump espera encontro “construtivo” com Putin
Trump admitiu que irá discutir com Putin a “troca de território”. Zelensky já rejeitou que a ideia de que a Ucrânia deve ceder território para garantir o cessar-fogo. A Rússia domina neste momento quatro regiões da Ucrânia.
Donald Trump veio por isso criticar de novo o presidente ucraniano, dizendo que esteve no poder todo este tempo de guerra e “nada aconteceu” nesse período, depois de Zelensky ter dito que precisa de autorização constitucional para ceder territórios.
"A Rússia recusa-se a interromper os massacres e, portanto, não deve receber nenhuma recompensa ou benefício. E esta não é apenas uma posição moral, é racional", escreveu o presidente ucraniano no Facebook.
Zelensky considera que a Rússia está a preparar novos ataques e não um cessar-fogo.
Putin no contra-ataque
Não só o bloco europeu se desdobra em contactos diplomáticos. Vladimir Putin encetou também uma intensa atividade diplomática antes da cimeira com Trump.
A Hungria, como em anteriores posições da UE sobre o conflito na Ucrânia, não se associou à declaração conjunta.
Na declaração, divulgada após a reunião, os líderes da UE reiteraram que "o povo ucraniano deve ter a liberdade de decidir o seu futuro. O caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia. Só pode haver negociações significativas no contexto de um cessar-fogo ou da redução das hostilidades".
Os países europeus têm multiplicado as iniciativas diplomáticas com o intuito de criarem uma posição comum de força, dada a implicação mais vasta para a “segurança europeia e internacional”, conforme reiterado na declaração conjunta. “Uma solução diplomática deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa", frisam.
Manifestaram ainda a intenção de, em coordenação com os Estados Unidos e outros parceiros, continuarem a prestar à Ucrânia apoio político, financeiro, económico, humanitário, militar e diplomático, no direito de Kiev à autodefesa e prometeram continuar a impor medidas restritivas contra a Rússia.
Trump espera encontro “construtivo” com Putin
O presidente americano parece ter limitado as expetativas quanto à cimeira do Alasca, afastando a possibilidade de um avanço significativo, falando de “conversações construtivas”.
"Esta é uma reunião de experiência", disse Trump aos jornalistas na Casa Branca. "Vamos ver o que ele tem em mente e, se for um acordo justo, vou revelá-lo aos líderes da União Europeia, aos líderes da NATO e também ao presidente Zelensky", disse Trump. "Posso dizer: muita sorte, continuem lutando. Ou posso dizer: podemos chegar a um acordo”.
Trump admitiu que irá discutir com Putin a “troca de território”. Zelensky já rejeitou que a ideia de que a Ucrânia deve ceder território para garantir o cessar-fogo. A Rússia domina neste momento quatro regiões da Ucrânia.
Donald Trump veio por isso criticar de novo o presidente ucraniano, dizendo que esteve no poder todo este tempo de guerra e “nada aconteceu” nesse período, depois de Zelensky ter dito que precisa de autorização constitucional para ceder territórios.
"A Rússia recusa-se a interromper os massacres e, portanto, não deve receber nenhuma recompensa ou benefício. E esta não é apenas uma posição moral, é racional", escreveu o presidente ucraniano no Facebook.
Zelensky considera que a Rússia está a preparar novos ataques e não um cessar-fogo.
Putin no contra-ataque
Não só o bloco europeu se desdobra em contactos diplomáticos. Vladimir Putin encetou também uma intensa atividade diplomática antes da cimeira com Trump.
O presidente russo conversou com nove chefes de Estado e de governo em três dias, entre eles o líder chinês Xi Jinping, o líder indiano Narendra Modi e Lula da Silva.
O ministério russo da Defesa reclamou na segunda-feira a tomada de mais uma localidade na região ucraniana de Donetsk.
A Rússia quer que a Ucrânia ceda quatro regiões que estão parcialmente ocupadas pelos russos (Donetsk, Lougansk, Zaporizhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014.